Guiomar Milan Sartori Oricchio foi diretora do Colégio “Alexandre Fleming” 5b2q2s

Por Mario Poggio Junior

“Conforme declarou a jornalista Dôra Avanzi, na edição comemorativa do Aniversário do Colégio Estadual Alexandre Fleming, de 05 de agosto de 2000, do jornal Tribuna:
“A trajetória da Professora Guiomar Milan Sartori Oricchio é a própria história do Alexandre Fleming.
Foi uma de suas professoras pioneiras, a primeira professora efetiva da nova escola, quando começou a lecionar Ciências Físicas e Biológicas, em 1950.
Na escola ocupou todos os cargos, até a diretoria.
A partir daí, tornou-se diretora regional de Ensino, com 23 municípios sob sua responsabilidade na sede regional de Casa Branca.
Depois foi para São Paulo ocupar importantes cargos na Secretaria de Estado da Educação e em órgãos do Ministério da Educação e na Assembleia Legislativa.”
A Professora Guiomar Milan Sartori Oricchio nasceu em nossa terra, casou com o senhor Waldemar Sartori, com quem teve os filhos José Ângelo casado com Eneida, e Fernando casado com Vera Lúcia, e em segundas núpcias com o desembargador dr. Onei Oricchio.
Pela precisão transcrevemos a matéria “Professora Guiomar, presente!”, da lavra da jornalista Dôra Avanzi, veiculada na edição comemorativa do aniversário do Colégio Estadual “Alexandre Fleming”, de 5 de agosto de 2000, no jornal Tribuna:
“A trajetória da Professora Guiomar Milan Sartori Oricchio é a própria história do Alexandre Fleming.
Foi uma de suas professoras pioneiras, a primeira professora efetiva da nova escola, quando começou a lecionar Ciências Físicas e Biológicas, em 1950.
Na escola ocupou todos os cargos, até a diretoria.
A partir daí, tornou-se Diretora Regional de Ensino, com 23 municípios sob sua responsabilidade na sede regional de Casa Branca.
Depois foi para São Paulo ocupar importantes cargos na Secretaria de Estado da Educação e em órgãos do Ministério da Educação e na Assembleia Legislativa. “Meu sentido de trabalho é agir para a coletividade, sempre”, disse ela.
Ao falar com dona Guiomar nesta semana, notei de novo o seu extraordinário tom dinâmico e empreendedor, e ela contou que começou como toda professora em início de carreira, lecionando em várias cidades, mas sempre em paralelo às suas aulas no Fleming. Em sua trajetória realizou uma grande obra. “Quando cheguei no nosso ginásio, havia menos de 100 alunos, nele ocupei todos os cargos. E quando sai, deixei no Fleming todos os cursos que ele podia ter na época: Escola Normal (atual Magistério), Clássico, Científico, Curso Profissionalizante e pós-graduação para o Normal”.
Ela sente saudades de seus alunos. “Sempre me lembro deles, com seus olhares de esperança, de ansiedade de viver, dos sonhos que, através dos olhos, eu pude ver. Com eles vivi e aprendi e construí minha história. E é com imensa alegria que vou revê-los. “É como encontrar filhos, que não via há muito”.
Emocionada, a professora Guiomar se despede. O repórter pede uma última palavra: “Viver é chegar e partir. Mas há sempre muita alegria em levar a minha Vargem Grande a todos os lugares que vou. A lembrança, de ter nascido, vivido e ter sido professora em Vargem Grande me dá muita alegria e orgulho”, despede-se a professora Guiomar.”

Depoimento
Quando conversamos com aqueles que tiveram o privilégio de ser alunos da Professora Guiomar, todos são unânimes em recordar da Grande Mestra.
De nossa parte ficou marcado o seu incentivo as atividade culturais no Colégio Estadual Alexandre Fleming e a história “O Tesouro de Bresa”, que somente ouvimos uma vez, por ela contada conforme evidencia a matéria “Histórias de Aluno”, veiculada na Gazeta de Vargem Grande, coluna “Recordar é Viver”, publicada na edição de 15 de abril de 2000, cujo título foi dado pela então redatora Eva Vilma da Silva Rodrigues, a qual transcreveu.

Histórias de aluno
Na revista Veja, edição de 01/03/2000, o economista Cláudio de Moura Castro, em sua crônica “Livros para Gênios”, critica os livros editados sob as novas diretrizes do “MEC”, em face de carência de explicações.
O artigo nos faz lembrar com saudade de nosso tempo de alunos do “Colégio Alexandre Fleming” (1967/1974). A escola está prestes a completar 50 anos de muitas histórias, onde os professores se preocupavam em explicar o “porquê” da matéria a ser ministrada.
A propósito, ainda nos recordamos da aula de Desenho Geométrico, em que a professora Beatriz Defácio Payão Corrêa Leite nos mostrou a utilidade da “bissetriz” para o engenheiro; dos ensinamentos da Língua Inglesa, proferidos pela fantástica Professora Moema Soares Fontão; e de muitos outros exemplos que poderiam ser citados.
Mas, o fato mais marcante ocorreu na formatura dos alunos do Curso Ginasial (atualmente denominado como 1º Grau), quando a Diretora, Professora Guiomar Milan Sartori, em seu pronunciamento, nos mostrou a “importância do estudo”, por meio da história intitulada o “Tesouro de Bresa”.
O fato foi tão marcante, que até o presente nos recordamos e era assim:
“No antigo oriente vivia um sapateiro muito pobre e sem cultura, que sonhava fazer fortuna.
Periodicamente recebia a visita de um mercador persa, que trazia novidades de outras regiões, do qual comprava algumas coisas.
Certa vez o mercador estava mostrando-lhe as mercadorias, quando viu um livro intitulado “O Tesouro de Bresa”. Consequentemente ficou deslumbrado com a possibilidade de conseguir seu intento de enriquecer, pois era somente ler aquele livro e descobrir o tão sonhado tesouro.
Perguntou o preço, sendo informado que custava 50 moedas de ouro. Mas, só dispunha de 40 moedas, o que lhe deixou muito triste.
Porém, o mercador, homem generoso, ficando com dó do sapateiro, aceitou vender-lhe a obra pelas 40 moedas.
Tão logo o mercador se retirou, ou a manusear o livro, lembrando-se que mal sabia ler e escrever.
Assim, como primeira providência retornou aos bancos escolares para aprender a ler e escrever decentemente. Concluída esta etapa, iniciou a leitura, verificando que o livro tinha várias agens em outras línguas, como o grego, o latim e o hebraico.
Ato contínuo, contratou um professor para ensinar-lhe as línguas, posteriormente voltando à leitura.
Neste ínterim, o Faraó, necessitando de uma pessoa que dominasse outros idiomas, levou-o para trabalhar no palácio.
Adiante, o sapateiro, verificou que o livro ava a tratar da geometria e de equações matemáticas. Da mesma forma, contratou professores para ensinar-lhe os segredos dos números, tornando-se um exímio calculista.
O Faraó, surpreso com seu progresso convidou-o para atuar como escriba, uma profissão de muita importância na época.
Continuando sua leitura, deparou-se com novas dificuldades. Agora havia a necessidade de conhecimentos de geografia e história.
Mais uma vez, retomou os estudos com mestres, aprendendo muitas coisas novas.
Novamente, o Faraó reconhecendo seu esforço, nomeou-o prefeito da cidade.
O sapateiro não desanimava, continuava a ler a obra, até que viu necessidade de aprender astronomia, ciência dominada pelos sábios, os quais aram a ministrar-lhe aulas.
ou a conhecer profundamente astronomia e, outra vez o Faraó promoveu-lhe. Desta vez concedendo-lhe o cargo de Primeiro Ministro.
Por fim, acabou de ler o livro, e imaginem, não achou o tão sonhado mapa do tesouro o que o deixou muito triste.
Dias depois, queixou-se a um velho sábio, que lhe disse:
– Você encontrou o Tesouro de Bresa, só que ainda não percebeu. Antes você era um humilde sapateiro, semi-analfabeto, que mal ganhava o seu sustento. Hoje você é um dos homens mais cultos do reino e é o Primeiro Ministro do Faraó”.
E, assim, nos ensinou a Professora Guiomar:
– Bresa quer dizer estudo, saber. Ele é o tesouro do conhecimento.
Pelo exposto, nota-se que é gratificante recordarmos nosso tempo de “Fleming”, um Colégio onde a prioridade era “ensinar e motivar” e não simplesmente cumprir o programa.”

FONTE DE DADOS: Jornal Tribuna, edição comemorativa do quinquagésimo Aniversário do Colégio estadual Alexandre Fleming. veiculada em 5 de agosto de 2000; e Jornal Gazeta de Vargem Grande, edição de 15 de abril de 2000.

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