Aumento dos casos de bronquiolite preocupa saúde 5x1q3c

Até o momento foram internadas 38 crianças neste mês

Na semana ada houve a morte de um bebê e dois encaminhamentos para UTI Infantil na região

A morte recente de um bebê por bronquiolite e o aumento de internações no Hospital de Caridade por complicações respiratórias, bem como o encaminhamento para UTIs regionais, aumentou o sinal de alerta junto às autoridades de saúde do município.
A reportagem da Gazeta de Vargem Grande enviou várias perguntas aos responsáveis pela saúde municipal e também ao Hospital de Caridade para saber como está o enfrentamento às doenças respiratórias no município.
A bronquiolite é causada pelo Virus Sincicial Respiratório (VSR) e nesta época do ano é responsável pelo aumento dos casos em todo o Brasil. Também a Influenza A, é uma das principais responsáveis pelas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), atingindo principalmente crianças e idosos.
Em entrevista ao jornal, a enfermeira responsável técnica do Hospital de Caridade, Maria Helena Zan citou que só neste mês de maio, as internações de crianças no Hospital mais que triplicaram, se for levado em consideração o mês de janeiro de 2025. “Até agora foram internadas 38 crianças, sendo que em janeiro foram apenas 12 internações”, explicou. Segundo os dados, em fevereiro houve 14 internações, em março 17 e em abril, 20.
O aumento considerável é resultado do agravamento das doenças respiratórias, sendo que neste mês de maio houve de fato o óbito de um recém-nascido por bronquiolite e a transferência de outros dois para UTIs Infantis na região através da Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS) do governo do Estado. Uma para Ribeirão Preto e outra para São Carlos.

Fotos: Reportagem

“Quando a criança apresenta insuficiência respiratória, não consegue respirar sozinha, mesmo oferecendo oxigênio, neste caso é necessário entubar e quando chega neste ponto, temos de transferir para uma UTI infantil”, disse Maria Helena.
Com relação ao trabalho que o Hospital vem fazendo para atender o aumento de casos de bronquiolite, a enfermeira responsável falou que o nosocômio está disponibilizando mais leitos para atender a demanda, também aumentando os recursos materiais e insumos. “Nos preparamos para atender da melhor maneira possível, dentro dos recursos que dispõe o Hospital. Estamos checando tudo, nossa equipe de trabalho, medicamentos, oxigênio”, falou, alertando que a informação é da possibilidade de um aumento maior da propagação da doença respiratória que pode durar cerca de 90 dias, até que o clima mude.
Maria Helena falou da importância de se manter o bebê em casa, não frequentar lugares onde há aglomeração de pessoas, lavar as mãos sempre, evitar o máximo em receber visita nos primeiros meses após o nascimento da criança e quem vem da rua não pode ficar pegando o bebê sem a devida higienização.
“O clima frio, muita poeira, tempo seco, favorece a doença. Portanto, estamos fazendo aqui no Hospital um trabalho de orientação às mães que acabaram de ter seus filhos, quanto aos cuidados com o retorno do bebê para casa. A bronquiolite mata e é preciso todo o cuidado maternal”, afirmou.
No Hospital de Caridade são atendidas as crianças encaminhadas pela rede municipal de saúde que necessitam do acompanhamento hospitalar, além das crianças cujos pais tem o convênio e os casos particulares. Todos, segundo a enfermeira, com o mesmo profissionalismo e cuidado.
Com relação às internações de idosos acometidos pelas complicações respiratórias, Maria Helena afirmou que a situação está sob controle, com os pacientes sendo atendidos normalmente, não sendo verificado um aumento maior de internações.

Dois bebês morreram em São João
A morte por bronquiolite de dois recém-nascidos em São João da Boa Vista em uma semana, causou uma grande comoção na cidade no início do mês. Houve protestos contra o atendimento nas redes de saúde do município vizinho e os protestos se concentraram em frente a prefeitura, com as pessoas vestindo de preto e com cartazes em punho pedindo melhorias na área da saúde.
As pessoas que faziam parte do protesto acabaram se dirigindo à Câmara Municipal de São João onde acontecia uma sessão ordinária, exigindo providência dos vereadores, cobrando a fiscalização dos serviços prestados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e em toda a rede municipal de saúde.

Pediatra alerta sobre os cuidados com os bebês

O pediatra Paulo Vitor concedeu entrevista para o jornal

O médico pediatra Paulo Vitor Cerqueira Hemerly, 34 anos, que há um ano atua na rede municipal de Saúde e também no Hospital de Caridade, falou à reportagem da Gazeta de Vargem Grande e alertou para os cuidados que as mães tem de ter com os recém-nascidos.
“É uma situação em que os cuidados com os bebês têm de ser maiores, para evitar a infecção, uma vez que o vírus é transmitido por tosse, espirro, quando se beija a criança”, falou. Explicou que as mães que têm bebê e outras crianças em casa, a higiene tem de ser dobrada, evitando o contato com o recém-nascido.
O pediatra disse que a bronquiolite é uma doença comum entre as crianças, sendo mais presente logo depois do nascimento e até os dois anos de idade, onde 80% das crianças terão a infecção no primeiro ano de vida.
“Ela ataca mais no período de inverno, que geralmente vai de junho até início de setembro, mas este ano ela adiantou um mês e estamos vivenciando este período de aumento das doenças respiratórias já em maio”, comentou.
Explicou que os sintomas da bronquiolite, causada pelo Virus Sincicial Respiratório (VSR), iniciam com um quadro gripal simples e evolui rapidamente para uma insuficiência respiratória aguda, acometendo mais as crianças recém-nascidas até os dois anos. Os sintomas da insuficiência respiratória são os sibilos (chiados) no peito, os roncos (com secreções no nariz) e sinais de desconforto respiratório, que é a respiração abdominal do bebê acometido pela doença, com movimentos das costelas quando respira.
Também mandou as mães observarem os batimentos de asa nasal, que consiste no alargamento e abertura das narinas durante a respiração do bebê, que se torna mais curta e tosse incessante. “Quando chega neste quadro, a mãe tem de procurar imediatamente o sistema de saúde para uma avaliação e identificação dos critérios da gravidade da saúde da criança”, alertou o dr. Paulo Vitor.
O pediatra, que atende também nos postinhos de Saúde de Vargem Grande do Sul confirmou que nas últimas três semanas, aumentou muito o número de atendimentos em síndrome gripal infantil no município. “O número aumentou muito, com a maioria das crianças apresentando quadro de bronquiolite. Quanto mais nova a criança, mais severa pode ser a infecção”, afirmou.
Disse, porém, que a maioria dos casos é resolvida com tratamento em casa e os que são internados no Hospital de Caridade apresentam uma boa resposta ao tratamento, sendo que os mais graves são direcionados a um serviço de maior complexidade, nas cidades onde existem UTI Infantil.

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