Editorial: A infância sob risco 1v1xc

FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

Domingo, dia 18 de maio será marcado pelo aniversário de 25 anos do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, instituído pela Lei nº 9.970/2000. A data foi escolhida em memória da menina Araceli Crespo, assassinada de forma brutal em 1973, no Espírito Santo, quando tinha apenas oito anos de idade. Durante todo o mês de maio, são desenvolvidas ações para dar visibilidade ao tema e alertar a população a respeito de ações de enfrentamento à violência infantil. A mobilização nacional, conhecida como Maio Laranja, também tem ações em Vargem Grande do Sul, como palestra e uma caminhada para a promoção do combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. A publicação Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2025, da Fundação Abrinq, trouxe dados do Ministério da Saúde que mostram que somente em 2023 foram registradas 57.698 notificações de violência sexual contra pessoas de até 19 anos de idade no país, uma média de 158 casos por dia. De acordo com a publicação, a violência sexual contra crianças e adolescentes representou 73,5% do total de casos notificados de violência sexual no Brasil em 2023. Desses, 87,1% das vítimas eram meninas, e, nesses casos, 67,4% das agressões ocorreram dentro da própria casa, revelando que o agressor, muitas vezes, é alguém próximo ou conhecido da família. Os números, apesar de muito altos, ainda podem ser maiores. De acordo com o Senado Federal, apenas 10% dos casos de abuso e exploração sexual são denunciados. Por isso, é fundamental a realização de mobilizações como a do Maio Laranja. A denúncia é essencial para interromper o ciclo de violência e garantir a proteção das vítimas. No entanto, é preciso que o Judiciário e o poder público, com os serviços de atendimento estejam preparados para acolher essas vítimas de forma adequada, garantindo o e necessário para sua recuperação. É também responsabilidade das famílias protegerem suas crianças. O dado alarmante de que mais da metade dos casos de abuso acontecem justamente dentro dos lares deve deixar pais e responsáveis em alerta constante. Por isso, é fundamental estabelecer um diálogo aberto com crianças e adolescentes. Falar sobre o corpo, limites e segurança mostram à criança que elas devem falar não e contar aos pais o que as deixam desconfortáveis. Também se deve observar mudanças bruscas de comportamento ou regressão, como voltar a fazer xixi na casa, por exemplo. Já entre pré-adolescentes é preciso também supervisionar a vida digital desses jovens, para prevenir casos de aliciamento. Conversar com seus filhos com linguagem apropriada, explicar sobre o funcionamento do corpo, se mostrar próximo e disponível para qualquer diálogo e estar atento ao comportamento deles é essencial para buscar uma infância mais segura para crianças e adolescentes.

DEIXE UMA RESPOSTA Cancelar resposta 463j69

Por favor insira seu comentário
Por favor insira seu nome aqui