Hospital de Caridade de Vargem Grande do Sul – A eterna luta rc31

ados 100 anos, vista geral do atual prédio do hospital

Mario Poggio Jr.

Sempre lemos as notícias sobre o Hospital de Caridade, nas edições da “Gazeta de Vargem Grande” e tomamos ciência das dificuldades enfrentadas.
Infelizmente no Brasil falta investimento na área, de forma que há dependência da participação de particulares para manter-se instituições em funcionamento.
Ao recordarmos a história do Hospital de Caridade, vemos que houve dificuldades, superadas pelo empenho do povo vargengrandense (natos ou de coração), que trabalhou em prol de comunidade.
Em novembro de 1922, surgiu a ideia de construção da Santa Casa de Misericórdia, mas os idealizadores somente tiveram apoio material do capitão João Pinto Fontão e de dona Therezinha Fontão, de forma que a ideia foi “abortada”.
Em novembro de 1924, a ideia renasceu, e desta vez seguiu em frente, com a doação de valores por várias pessoas, que viabilizaram o sonho.
A próxima dificuldade foi a compra do terreno, pois o proprietário do local escolhido pela sua adequação, pediu quantia muito alta, de forma que a comissão optou por conversar com o senhor José Victor Rodrigues (avô de José Cândido Pereira– Zé Candinho e de Rubens Claro Ribeiro – “Rubão Boiadeiro”), que “abriu mão” de parte da Fazenda Santa Cruz. Conforme os familiares que conviveram com José Victor Rodrigues nos contaram, cedeu o terreno para a comunidade, ou no máximo o vendeu por preço simbólico.


Solucionada a escolha do terreno, aram a tratar da planta do prédio, com aprovação do projeto elaborado pelo engenheiro civil, doutor Sylvio Miranda Freitas, procederam a concorrência pública para construção do edifício, vencida pela empresa Miranda & Fontão, e, por fim, houve o lançamento da pedra fundamental em 13 de maio de 2025.
Concluído, o hospital funcionou regularmente até 1932, quando foi ocupado por forças militares que combatiam na Revolução de 32, inicialmente pelas da ditadura e depois pelas forças constitucionalistas; após funcionou precariamente até 1937, quando fechou as portas até 1943, quando se cuidou de sua reabertura na gestão do prefeito Edmundo Dante Calió, que nomeou uma comissão para tratar da reforma do prédio e da aquisição de material cirúrgico-hospitalar.
Em 1946, com o prédio já reformado, e eleita nova diretoria, foram criados os estatutos e o novo regimento interno.
A partir de 1948, graças ao empenho do dr. Lauro Corsi, vieram as primeiras irmãs de caridade, a quem caberia a direção interna do Hospital, e também do enfermeiro Benedito Martins, o “Dito Enfermeiro”.
Necessário lembrar que não havia geladeira no Hospital, de forma que as vacinas eram armazenadas na Padaria e Confeitaria Candinho, com José Cândido Pereira, o Zé Candinho, reservando-lhes um lugar especial.
Também, importante registrar que em 1955, faltavam materiais e equipamentos, assim durante visita do secretário de Saúde do governador Jânio Quadros, o dr. Ítalo Quirino Stoppa solicitou incubadora, aparelhos de anestesia, raio x e ressuscitador e até uma lâmpada especial para a sala de cirurgia, no que foi atendido dias depois.
Pelo exposto, notamos que o Hospital sempre lutou contra as crises e as superou como vai conseguir fazer agora, graças a seu povo trabalhador.-

Fotos: Reportagem/Arquivo Pessoal

DEIXE UMA RESPOSTA Cancelar resposta 463j69

Por favor insira seu comentário
Por favor insira seu nome aqui