Um sonho, dirigir um grande caminhão 1e5i36

Almir Lucas de Souza começou dirigindo um caminhão de pequeno porte. Foto: Reportagem

A falta de motoristas de caminhão no mercado é uma realidade também em Vargem Grande do Sul, que causa impactos também na economia local, na logística de transporte de mercadorias e outros bens, fazendo com que muitas empresas da cidade tenham dificuldades em conseguir completar seus quadros de trabalhadores.
Almir Lucas de Souza, 47 anos, casado, com três filhos, morador da Cohab II, começou dirigindo caminhão de pequeno porte aos 25 anos, fazendo pequenas entregas pela cidade. Começa ali a cumprir parte de um sonho que alimentava desde criança, quando morava na roça e via os grandes caminhões trafegando pelas rodovias e sonhava em dirigir um deles um dia.


Natural de Espírito Santo do Pinhal, veio para Vargem Grande do Sul aos nove anos e estudou até o 3º Colégio. Atualmente é diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, cargo não remunerado que ocupa há 14 anos.
“Ainda menino via aqueles caminhões gigantes rodando pelas estradas. Nós os chamávamos de ‘jacarezona’, que eram as antigas Scanias. Depois as “terezonas”, os caminhões Mercedes antigos e falava para mim: Um dia vou dirigir um desses”, disse à reportagem do jornal.
Almir lembra de sua luta para aprender a dirigir, procurando adquirir conhecimento, alguns segredos que só se aprendem com o tempo, algumas manobras. “Os motoristas antigamente eram mais fechados, não falavam muito da profissão. Também não havia a internet”, comentou o motorista.


O primeiro caminhão de potência maior, um três eixo, que Almir dirigiu, foi na antiga Abengoa, em 2013. “Era um caminhão dotado de um guindaste, um guindauto e ali começou minha nova trajetória com caminhões maiores. Em 2015 mudei minha categoria para CNH E e me foi oferecido um caminhão tanque, também três eixos, trucado, com semirreboque para transportar adubo líquido”, contou.
Esse caminhão exigia conhecimentos maiores de manobras para lugares mais estreitos e fechados e ter os cursos obrigatórios por lei, que foram realizados nas autoescolas da cidade. Depois de uns anos trabalhando com o tanque, Almir foi trabalhar com caminhões de 30 metros de comprimento, os rodotrens, também na Abengoa, transportando vinhaça em tanques.
“Chegou ao ponto onde sempre sonhei desde criança, ser um profissional do volante, dirigindo um caminhão articulado. Hoje trabalho com um Mercedes Arocs, de 30 metros, modelo 3351, transportando cana de açúcar. Já fazem 4 anos, me sinto realizado, gosto muito de dirigir caminhões”, afirmou o motorista. Sobre a profissão, disse que é preciso muito amor e dedicação, para tornar a mesma gratificante. “Sinto que estou contribuindo com o nosso país, com o desenvolvimento do Brasil”, falou.
Com relação aos salários dos motoristas, comentou que hoje está em torno de R$ 3.000,00 por mês, registrado. “Há situações, a depender da região e do tipo de transporte, que o salário pode ultraar os R$ 5.000,00. “Com essa profissão, de maneira bem controlada, conseguimos o sustento de nossas famílias”, comentou.


Para ele, hoje a profissão de motorista está se esvaziando bastante e uma das principais causas, na sua maneira de pensar, tem a ver com o salário pago aos profissionais do volante, que não estaria tão atrativo. “O motorista antigamente já foi mais valorizado. Eram profissionais tidos como diferenciados”, o que, infelizmente, não ocorre nos dias atuais”, afirmou.
“Para ser um bom motorista é preciso muita responsabilidade, pois estamos conduzindo um veículo que pode custar R$ 1 milhão, podendo chegar a R$ 1,5 milhão. Além da dedicação, temos de ter conhecimentos tanto das leis, como da máquina total do caminhão, não só para evitar danos materiais, como também zelar pela nossa segurança e dos outros”, disse Almir.
Para ele, hoje está mais fácil para tirar uma CNH E, pois os modelos dos atuais caminhões ajudam muito. “Caminhões modernos são mais fáceis de serem conduzidos, tem muita tecnologia, as trocas de marchas e ações das embreagens são 100% automáticas”, explicou.


Uma pessoa que queira se dedicar à profissão de motorista de caminhão, consegue ter um bom rendimento, formar sua família. “Tem de ter controle com os gastos, o caminhão não é o vilão da história, ele traz progresso para as pessoas e para as empresas”, falou com sua experiência.
Valorização da profissão, capacitação e desenvolvimento profissional e promoção da profissão, estaria entre algumas atitudes que ajudariam a melhorar a falta de motoristas de caminhões. Almir fala que é muito importante que as empresas coloquem pessoas qualificadas para dar instruções aos motoristas, fazendo o monitoramento e aperfeiçoando cada vez mais estes profissionais, principalmente os que estão iniciando, uma vez que a profissão não permite erros.
Finaliza dizendo que as pessoas deveriam tratar com amor a profissão de motorista e também o caminhão que dirigem, independentemente de ser ele o proprietário ou o veículo ser de uma empresa, pois só assim será uma ferramenta de crescimento profissional e de geração de riqueza.

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