Editorial: O legado de Francisco 556g3z

Na pandemia, o mundo se comoveu ao ver Papa Francisco rezar sozinho na Praça São Pedro, sob chuva e em silêncio

Papa Francisco morreu logo após a Páscoa, no dia 21 de abril. Após longos dias de internação e contrariando determinações médicas que orientavam o sumo pontífice a permanecer em repouso absoluto, o papa reuniu suas forças para a bênção da Páscoa, uma das mais importantes dos ritos católicos, realizada no domingo, dia 20. Foi o último ato público do argentino Jorge Mario Bergoglio, o primeiro jesuíta a assumir o papado.
Após 12 anos à frente do rebanho católico, Francisco sucedeu o papa Bento 16, e escolheu carregar o nome do santo que servia aos mais pobres e à natureza. E assim foi seu papado, um período em que buscou guiar a igreja no rumo da caridade, da humildade e do acolhimento a todos que buscassem seu amparo.
Seu carisma inspirou muitos fiéis ao redor do mundo, mas sua postura de acolhimento, especialmente aos marginalizados, como a comunidade homoafetiva, e também aos grupos que ainda encontram impedimentos dentro do catolicismo, como os divorciados, o fez alvo de muitas críticas. Ao defender temas que atualmente estão associados a um determinado espectro político, como a defesa da natureza e do Planeta Terra, que chamou de Casa Comum, Francisco também foi alvo de reprovações.
Porém, seu legado é justamente esse. A defesa dos que estão indefesos, do acolhimento daqueles que foram apartados e da renúncia do luxo, em uma sociedade que valoriza a ostentação. Em sua última aparição, pediu o fim dos conflitos bélicos no mundo, citando cada país que sofre com guerras. Francisco buscava a paz, pois reconhecia a dor e o êxodo que os conflitos armados provocam.
Como na oração de São Francisco, o papa deixa ao mundo uma mensagem de paz, de humildade e simplicidade, de amor absoluto ao próximo e de misericórdia: “Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa Paz. Onde houver Ódio, que eu leve o Amor. Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão. Onde houver Discórdia, que eu leve a União. Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé. Onde houver Erro, que eu leve a Verdade. Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança. Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria. Onde houver Trevas, que eu leve a Luz. Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando, que se recebe. Perdoando, que se é perdoado e é morrendo, que se vive para a vida eterna”. Nada traduz melhor o papado que se findou como a oração do santo que inspirou o último sucessor de Pedro no Vaticano.

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